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Descolamento Prematura de Placenta: o que é e quais os riscos

O descolamento prematuro da placenta (DPP) acontece quando, por algum motivo, uma parte da placenta (pequena ou grande) se descola na parte interna do útero onde ela está fixada, podendo acarretar risco de morte materna e fetal. O fluxo de sangue do útero para a placenta sofre uma alteração e com isso diminui a oferta de oxigênio e nutrientes para o bebê,  causando também uma hemorragia intra-uterina.

Uma das principais causas de DPP é a hipertensão na gestação, conhecida como pré-eclâmpsia, que pode aparecer em qualquer fase. No entanto, mulheres hipertensas tem maior chance de desenvolver o quadro. Além disso, traumas físicos como quedas, batidas de carro, tentativa de versão cefálica externa (manobra para ajudar a virar o bebê) ou qualquer tipo de acidente também podem causar o descolamento.

Vale lembrar que nem sempre é possível saber a causa do DPP e nem se vai acontecer ou se está acontecendo, mas existem sinais clínicos que permitem aos profissionais da saúde desconfiar do quadro, por isso a avaliação clínica é fundamental para o diagnóstico!

 

Fique atenta aos sinais

Entre os sinais de DPP estão:

– Contrações intensas, extremamente doloridas, com duração superior a 2 minutos.

–  Útero não relaxa e não dá para perceber se o bebê mexe ou não devido ao endurecimento da barriga. Essa contração é acompanhada de muita dor.

– Em 30% dos casos pode aparecer sangramento vaginal de média a grande intensidade.

– É possível também que tudo isso venha acompanhado de uma dor de cabeça súbita e intensa, além de visualização de pontinhos brilhantes.

 

O que fazer

Se sentir alguns dos sinais citados acima vá para o hospital o mais rápido possível a fim de assegurar o cuidado adequado para mãe e bebê. Nesses casos, o risco de morte materna e fetal é grande e a via de parto adotada será a que fará o bebê nascer mais rápido e da forma mais segura. Na maioria das vezes é indicado cesárea de urgência, a menos que o bebê esteja bem perto de nascer por via vaginal. Existe uma grande possibilidade de mãe e bebê necessitarem de cuidados avançados e uma possível internação em UTI pode se fazer necessário.

A incidência de DPP é baixa (0,4 a 1,5% de todas as gestações), porém é imprescindível que a gestante tenha um acompanhamento pré-natal adequado, visto que uma das maiores causas de morte materna no País é a pré-eclâmpsia (70% das vezes o DPP está associado a quadro de pré-eclâmpsia). Apesar da gravidade, essa é uma doença de fácil diagnóstico e tratamento, desde que a mulher esteja em acompanhamento pré-natal adequado.

 

Karina Fernandes Trevisan é formada em enfermagem obstétrica pela Unifesp, mestre em saúde materno infantil e doutora em cuidados em saúde, ambas pela USP.

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