O que é parto humanizado?

O termo parto humanizado ainda carrega consigo muitos preconceitos. Não são poucas as pessoas que ao ouvir o termo logo remetem àquelas imagens das indígenas parindo seus filhos na posição de cócoras, a um parto que envolve muitos gritos e muita dor, ao nascimento na banheira ou, ainda à figura da modelo internacional Gisele Bündchen.
O fato é que existe ainda muito romantismo e preconceito (como tudo que nos parece novo, não é?). Por isso, decidimos escrever este post breve para esclarecer o termo e derrubar alguns mitos. Vamos lá? Bom, primeiro fato é que a essência desse tipo de trabalho é o protagonismo da mulher e a participação ativa do (a) companheiro(a): são eles quem gestam, portanto, nada mais justo que eles nos guiem nas orientações do que procuram em relação à assistência prestada no pré-natal, parto e pós-parto.
Mas o respeito às escolhas do casal não deveria ser a regra? Deveria, lógico, mas Infelizmente não é. O modelo de assistência humanizada atua no formato de horizontalidade, de troca, de partilha, envolvendo a família em todo o processo. Para conseguir isso, a informação é algo que priorizamos MUITO!. A família tem todo o direito de receber informações baseadas em evidências e a fazer suas escolhas. Nós, profissionais, estamos aqui para preparar os casais durante o pré-natal, assistir ao parto e intervir apenas se, e quando, necessário.
Parto humanizado tem que ser em casa?
Não é o local que faz um parto ser humanizado ou não, mas sim a forma com o que atendimento é feito. Portanto, o parto humanizado pode ocorrer no hospital, em casa ou na casa de parto. O importante aqui é que a mulher se sinta segura quanto ao local escolhido.
Então não pode ter anestesia? E se acontecer algum imprevisto vocês não usam nada?
Muitas pessoas acham que profissionais humanizados só usam óleos e massagem. É verdade que utilizamos alguns métodos naturais para trazer alívio e conforto – tudo isso acordado previamente com a mulher. Mas, se for necessário, ou da vontade da mulher, usamos analgesia sim; Se houver qualquer tipo de intercorrência, como uma hemorragia, utilizamos os métodos que forem preciso para manter mãe e bebê em segurança. E aqui vale um adendo muito importante: não somos irresponsáveis e nem atuamos de forma leviana. Jamais.
Como faço para ter um parto humanizado?
O parto humanizado deveria ser uma possibilidade para todas as mulheres, mas infelizmente estamos inseridas em um sistema que dificulta muito as nossas escolhas. Por isso, se você deseja um parto com respeito, o primeiro passo é informação: pesquise, leia, converse com outras famílias que já passaram pela experiência e que podem te auxiliar, frequente grupos de apoio, enfim, construa sua gestação, seu parto, seja protagonista da sua história.
Luciane Amorim é Parteira, Enfermeira Obstetra e Instrutora GentleBirth.