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Como o pai pode participar ativamente: da gestação aos cuidados com o bebê

por | 31/08/2021

“Eu preciso que você esteja inteiro, que me apoie. Sua presença é muito importante pra mim!”. Você consegue dizer isso claramente ao seu companheiro? Nossa experiência tem mostrado que poucos casais conseguem ter um diálogo maduro e sincero para que ambos entendam o seu papel nessa parceria que é o relacionamento e, caso decidam, a parceria que é gestar e criar um filho.

O fato é que estamos tão acostumadas, e tão cansadas de dar conta de tudo sozinhas, que acabamos ficando muito arredias com o masculino e muitas vezes não conseguimos criar diálogos de forma construtiva para que eles sejam a parceria que a gente precisa. E não, não estamos passando pano para macho e nem tão pouco adicionando mais uma carga em nós, mulheres. Estamos falando de fortalecimento do masculino saudável e do quanto essa ausência impacta na sobrecarga feminina que, sabemos bem, só amplifica com a maternidade.

Para que os homens assumam de fato o papel que lhes cabe nessa parceria é importante que alguns mitos que temos enraizado, como sociedade, caiam por terra. O primeiro deles é de que o pai só consegue criar vínculo com o bebê quando nasce – há quem diga, inclusive, que esse vínculo só firma quando o bebê começa a interagir com ele. Até lá foram inúmeras possibilidades de vínculo perdidas, momentos que não voltam, nunca mais.

Outro mito que precisa urgentemente ser enterrado é de que a mulher nasce sabendo cuidar da casa e dos filhos. E isso é tão enraizado culturalmente que até nós acreditamos às vezes e acabamos questionando demais o jeito deles fazerem as coisas: o jeito dele não é errado, só é um jeito diferente do seu. Ele faz o melhor que pode, acredite e confie. Dar autonomia e espaço para que ele exerça sua paternidade é muito importante.

 

O ser pai começa já no interesse pelos assuntos da gestação

Aqui na Commadre incentivamos muito que os companheiros participem do pré-natal, desde a primeira consulta, e não que compareçam apenas no ultrassom. A consulta de pré-natal é uma excelente oportunidade para que eles reflitam sobre como nasceram já que, sabemos, o nosso próprio nascimento reverbera em toda a nossa vida e nas nossas relações. Gostamos de perguntar aos pais como é pra ele o parto escolhido, quais seus medos, suas angústias, seus receios. Tudo isso pode impactar o nascimento e a construção do vínculo com o bebê que vai chegar.

É no pré-natal que conversamos sobre a sua importância no cenário do parto e na chegada do bebê, damos dicas de como criar momentos de conexão com o filho e do que fazer para ajudar no trabalho de parto de forma ativa.

 

Abaixo, separamos 6 dicas práticas para os homens que estão à espera:
  1. Crie um ritual diário para se conectar ao bebê (10 minutos pode ser suficiente). Você pode conversar com ele, cantar, tocar algum instrumento, massagear sua companheira ou apenas conversar sobre como cada um está se sentindo, planejar, ver adaptações que podem fazer na rotina para tonar o dia a dia mais leve.
  2. Vá às consultas de pré-natal sempre que possível. Pergunte, tire dúvidas.
  3. Leia sobre gestação e parto. É importante dar sustentação, não deixar tudo na mão dela pois caso as coisas não saiam exatamente como o planejado fica fácil demais jogar a responsabilidade no outro, né? Isso não é parceria.
  4. Se faça presente nos estudos, nas conversas, seja rede de apoio. A consciência e o apoio genuíno só vem com o conhecimento.
  5. Ajude no preparo do períneo no parto. Geralmente as Parteiras ou a fisioterapeuta pélvica ensinam o marido a massagear, explica sobre a expulsão do epino, a elasticidade da vagina. Além de ajudar a cuidar dela, você aprenderá sobre anatomia e a potência que é o corpo feminino e entenderá que mitos como o da mulher ficar larga após o parto não passam de… mito.
  6. Caso sua parceira precise entrar em uma dieta mais restritiva, por exemplo, apoie, participe junto. É a saúde dela e do seu filho que estão em jogo: não sabote!

 

 

Acredite: Seu papel no parto é intransferível

Muitas vezes no momento de maior desafio no parto são as palavras de incentivo e de apoio do companheiro que faz A diferença. A mulher se sente enaltecida, valorizada, segura. Quando dizemos que o papel do companheiro no parto é intransferível, não é exagero: é você quem melhor conhece ela e pode trazer argumentos e incentivos que a equipe não tem repertório para trazer.

Além disso, em um parto humanizado, a equipe pode oferecer que você seja o primeiro a receber seu filho nas mãos. Se puder, aceite. Perceba o significado disso, sinta. O primeiro  contato no mundo é pelas mãos do pai, não mãos de luva, mãos de pele, de pai, cheias de amor. É o pai quem recebe e entrega o filho no colo da mãe (com a equipe observando de pertinho).

Eu costumo dizer que os casais que vivenciam o parto assim, inteiros, conectados, se apaixonam de novo.

 

Pós-parto: tempo de guardar

Bebê chegou e é aí que começa talvez a missão mais importante de todas: ser guardião dos dois. É você quem zela pelo conforto, pela alimentação dela, quem protege os dois de interferências externas, de palpites, para que os acordos firmados entre vocês sejam respeitados, para que ela se sinta acolhida.

 

7 Dicas de ouro para o pós-parto

  1. Leia sobre puerpério: pode ser um livro, pode ser um texto. Acredite: isso fará muita diferença para te ajudar a entender o que está acontecendo, quem é essa mulher que nasceu junto com o seu filho e porque as vezes é tão difícil entender e ajudar ela.
  2. Seja apoio no dia a dia, ofereça suporte nas pequenas coisas para que ela consiga se alimentar, tomar banho, descansar um pouco.
  3. Eu sei que a licença paternidade é uma vergonha ainda no Brasil, mas se tiver a possibilidade tire férias quando o bebê chegar.
  4. Prepare uma despensa recheada para o primeiro mês para não precisarem ficar saindo diariamente.
  5. Se souber cozinhar, cozinhe. Cuidar da alimentação traz um ganho enorme na rotina.
  6. Preste atenção na rotina do bebê. Você não amamenta, mas pode trocar fraldas, aprender a cuidar do coto umbilical, colocar o bebê para arrotar, fazer um banho juntos no chuveiro, aprender a acalmar o bebê sem precisar do auxílio do seio todas as vezes, permitindo assim que a sua companheira descanse um pouco.
  7. E, por último, mas não menos importante: cuide-se! Também existe depressão pós-parto nos homens, sabia?. Você não é super homem e não dará conta de tudo sozinho. É só uma fase que passa rápido, então permita-se curtir com sua companheira seu pequeno pacotinho de amor.

 

Thais Bernardo, Parteira da Commadre

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