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O melhor lugar para parir

por | 08/06/2018

O parto sempre aconteceu em um ambiente familiar e doméstico. Era muito comum chamar a “parteira” da região e ter os bebês em casa. Pergunte para sua mãe ou avó: provavelmente elas conhecem alguém que nasceu de parto domiciliar, isso se não forem elas mesmas fruto desse nascimento. Porém, com os avanços médicos e tecnológicos, a mulher foi tirada desse ambiente e foi sendo levada para dentro dos hospitais e maternidades.

Não podemos negar que os avanços da medicina permitiram um pré-natal mais eficiente e que desenvolveram ainda mais a técnica da cesariana (cirurgia que pode salvar vidas, devendo ser indicada apenas quando há algum risco para mãe ou bebê, impossibilitando assim o parto normal). Entretanto, o parto passou a não ser mais um evento tão familiar e fisiológico: a mulher foi afastada das práticas e tradições que lhe traziam conforto, intimidade e confiança para um “modelo” onde quase tudo virou mecânico e medicamentoso.

Hoje, através de um movimento de resgate do empoderamento feminino e do respeito aos seus ideais, a mulher pode optar por ter um parto em sua casa, assim como pode escolher dar à luz em um hospital público, privado, ou em uma casa de parto. Lembrando que o local para o nascimento deve ser de escolha da mulher e não do(a) companheiro(a) ou da família.

Para ajudar nessa escolha, a mulher pode contar com a ajuda de profissionais como a Enfermeira Obstetra/ Obstetriz e a Obstetra que a acompanha, levando em conta sempre o histórico da gestação – se é de baixo/alto risco, entre outras questões importantes que devem ser analisadas durante o pré-natal – inclusive questões emocionais e medos.

A Doula também pode integrar essa lista de profissionais que auxiliam a mulher nessa escolha, acolhendo, apresentando informações baseadas em evidências científicas e ajudando-a a encontrar profissionais que atuem com respeito às suas escolhas.

Segurança e Respeito!

Eu sempre digo as gestante que atendo: feche os olhos e se imagine no parto. Qual é o local que lhe vem primeiro à mente? Onde você gostaria de estar nesse momento? Seja qual for, o mais importante é que este ambiente tenha sido escolhido por ela, pra que se sinta mais segura e acolhida, com uma equipe competente e condições que garantam seu conforto, privacidade e respeito!

Mas afinal, quais sãos os locais de parto?

  • Parto domiciliar

O Parto Domiciliar permite uma grande autonomia da mulher, pois é ela quem define quem deseja que esteja com ela, como quer o ambiente e participa da decisão das condutas junto com a equipe. O parto acontece na casa da parturiente e é recomendado apenas para gestações de baixo risco ou risco habitual, devendo ser conduzido por Enfermeiras Obstetras ou Obstetrizes. Durante o trabalho de parto, é preciso garantir que a gestante possa ser transferida para um hospital se for registrado qualquer problema ou complicação. Todas as informações sobre o parto domiciliar devem ser esclarecidas e discutidas durante o pré-natal.

A gestante deve escolher uma equipe que seja apta e qualificada para esse tipo de atendimento, e que seja regulamentada e reconhecida junto aos órgãos competentes.

 

  • Casas de Parto

O atendimento é bem parecido com o do parto domiciliar, no sentido de que quem presta a assistência, são Enfermeiras Obstétricas e Obstetrizes, não havendo a presença de médicos Obstetras e Pediatras. Os protocolos de atendimento das Casas de Parto são determinados pela Secretaria de Saúde, prezando por um parto mais natural e com menos intervenções, porém o protocolo de triagem é bastante limitado, restringindo o atendimento apenas A mulheres que tenham tido uma gestação de risco habitual sem nenhuma intercorrência (as Casas de Parto não aceitam mulheres que já tiveram uma cesárea prévia, por exemplo).

Caso a mulher opte por ter seu bebê em uma Casa de Parto, é importante que ela se informe a respeito dos pré-requisitos do local (que podem variar de acordo com a localidade) e é essencial que ela tenha um plano b já definido caso ocorra algo de última hora que impeça sua internação.

A cidade de São Paulo possui duas casas de parto: a Casa Angela, na zona sul, e a Casa de Parto de Sapopemba, na zona leste. Segundo a Prefeitura da capital, em 2016, mais de 400 partos foram realizados nas duas Casas de Parto – número consideravelmente maior do que o de 2012, quando o mesmo levantamento registrou 159 nascimentos. É importante que a gestante entre em contato com cada instituição, para obter as informações completas de atendimento.

 

  • Hospital

Hoje em dia a imensa maioria dos partos aqui no Brasil ocorre em ambiente hospitalar. Entrando em trabalho de parto a mulher é encaminhada para a maternidade, onde será recebida na emergência. Se for um hospital privado e essa mulher tiver uma equipe médica multidisciplinar, ela já chega na maternidade com parte dessa equipe (Doula, Enfermeira Obstetra/Obstetriz) e lá no hospital sua (seu) Obstetra já estará à espera. A Neonatologista (Pediatra) chega logo depois. No caso de uma equipe humanizada a assistência prestada será baseada em evidências científicas, levando sempre em consideração o direito de escolha do casal e o protagonismo da mulher.

Uma equipe multidisciplinar é capaz de oferecer uma assistência diferenciada a essa família. A chance de intervenções, nesse caso, é zero ou quase nula. Nessa assistência, cria-se um ambiente mais acolhedor para o nascimento: mesmo dentro de um quarto de hospital, a mulher tem voz e liberdade sobre suas escolhas, desde a posição em que deseja parir, até quais cuidados gostaria que fossem dados ao recém-nascido. Se for necessário algum tipo de intervenção, ela é informada previamente ao casal, respeitando seus desejos dentro dos limites de segurança clínica.

Caso a mulher não tenha essa equipe completa, será atendida pelo médico plantonista que dará continuidade à assistência de acordo com os protocolos da instituição. No caso de um hospital  público (SUS) não é possível entrar com um Obstetra particular, muito menos uma equipe multidisciplinar. Em alguns hospitais é permitida a presença da Doula, em outros, isso ainda não é possível. A assistência prestada também será baseada nos protocolos hospitalares e na conduta que o médico julgar ser correta.

 

Posso ter uma Doula comigo no hospital ou Casa de Parto?

Sim, pode e deve, mas não são todos os hospitais e maternidades que aceitam essa profissional. A presença da Doula já é bem aceita, porém, ela deve estar cadastrada para poder atender dentro dessa instituição. Isso serve para hospitais públicos e privados, cada um com seus critérios e regulamentos. Nas Casas de Parto é permitida a presença da Doula e não é necessário cadastro prévio.

 

Vale lembrar que a Doula não substitui a presença do acompanhante, que é direito da mulher!   

 

Quer saber mais sobre os locais de parto? Clique aqui e assista ao vídeo da nossa Parteira Thais Rodrigues Bernardo.

 

Mariana Reis é mãe da Catharina, do Rafael e da Rebecca, Doula de Parto e Consultora em Aleitamento Materno.

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